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  • Foto do escritorSara Brunelli

Por que eu odiava tênis?

Jurei que na minha formatura entraria de all star. Spoiler: fui com um salto que DE JEITO NENHUM eu conseguiria usar hoje. Mas foi bem naquela fase que a gente (mulher) passa, de negar ao extremo tudo o que é feminino. E oh, não tô falando que isso é sempre fase, tá? Vocês entenderam. O fato é que depois disso colecionei salto alto e não gastei um real sequer com tênis.


Até que tudo mudou.


Meu primeiro amor foi um tênis chunky (aquele maxi tênis, robusto, diferente). Ficava entre "isso é feio demais ou a coisa mais linda que já vi na vida?". É assim que me apaixono com roupa, na curiosidade. Mas ignora essa parte, tá?


Comprei, usei, amei.


E posso dizer que foi o conforto pós pandemia. Ou as inúmeras atividades físicas que comecei a fazer e necessitavam de um tênis próprio. Ou as referências que mudaram e eu comecei a enxergar beleza no que antes eu nem descansava o olho. Ou a diminuição da necessidade de me afirmar como mulher feminina desejada. Ou foi aquele tênis específico que, de tão diferente, me fez pensar e-se?


Aposto em todas por não conseguir bater o martelo em nenhuma. Alguém consegue? Acho que não, tudo acontece tão rápido e ao mesmo tempo.


Mas o fato é que é tão mais legal abraçar mudanças. Se deixar ser sem se cobrar por não ser mais.


Permitir mudanças é um dos maiores desafios na hora de se expressar. Fica sempre no ar um pensamento de "como assim eu não sou mais quem eu era", além daquele papo chato de constância ecoando, que entende as repetições no próprio estilo como algo literal.


Talvez falte uma parcela maior da gente no que a gente expressa. Talvez a gente precise silenciar um pouco o que o outro diz do salto, do tênis, da cor e entender o que a gente sente de tudo isso.


Eu era Sara de salto. Eu sou a Sara de tênis. Eu comprei um conjunto fitness semana passado com um mix de várias estampas (e tô amando). Sim, a Sara do guarda-roupa quase inteiro preto. Contando assim talvez você não entenda. Mas quando foi que a gente cismou que tinha que se entender tanto?


Se conhecer eu topo e defendo. Se entender de vez em quando eu passo.


E foi assim que eu transformei um texto sobre tênis numa dúvida existencial, rs.


Mas sigo usando meu salto, raramente. Sigo usando meu tênis, quase sempre. E tô aberta pra isso mudar um dia, vida. Minha bandeira branca tá estendida pro meu estilo ter paz - de caos basta o resto.


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Se você leu até aqui você entrou na minha mente. Sério. Esse texto foi só um compilado de pensamentos misturados com minha vida real e quero manter assim: um espaço pessoal, sem muitas cobranças, pra gente rir e refletir juntas. Gostou? Me manda um beijo lá no direct! Vou amar conversar mais sobre.



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